O REAL
O IMAGINÁRIO
O SEXUAL...

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Essa não é a melhor hora para eu escrever aqui, principalmente depois de tanto tempo longe daqui. Não estou no meu melhor momento...

Pelo menos enquanto escrevo tenho a ilusão que não estou sozinha. Se quisesse, teria algum amigo ou uma garrafa de uísque de companhia para a minha tristeza, mas não quero contaminar ninguém com a minha melancolia e se bebesse agora seria possível até eu tentar uma besteira (e não seria a primeira vez...).

De uns dias para cá tenho vontade de chorar nas horas mais improváveis, por motivos que não consigo (ou não quero) compreender. Ainda consigo manter as aparências e não me permito chorar quando tem alguém por perto. Mas está cada vez mais difícil.

Cada vez mais difícil.

Desculpem-me o baixo astral, espero estar melhor quando escrever novamente. Aos meus amigos, que há tempos não recebem mensagens minhas, mil perdões. Quero voltar a ser a mesma de antes.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Medo


O grito - Edward Munch


Não sei se é influência dos filmes de suspense que já assisti ou paranóia mesmo, mas tenho medo de corredor. Não é que eu saia correndo e gritando na direção contrária cada vez que me deparo com um, mas eu não gosto de morar em um local que tenha corredores.

Agora que eu estou precisando mudar de apartamento, estou sentindo a dimensão desse meu temor. Garanto que já fui a quase dez apartamentos diferentes e todos eles tinham corredor.

Detesto estar em um ambiente com vista para o corredor. Eu me sinto vulnerável a qualquer coisa que possa acontecer, desde a aparição da menina de olhos e mãos brihantes a de um louco qualquer com uma serra elétrica na mão para me matar. Não relaxo de jeito nenhum se eu estiver num local e tiver um corredor dentro do meu ângulo de visão. Fico olhando o tempo todo se alguém vai aparecer de repente, mesmo que o acesso seja apenas para quartos e banheiros. E se tiver uma porta no final dele, então...

Medo é uma coisa irracional, eu sei, mas enquanto eu não consigo lidar com ele de maneira madura, desisto de apês maravilhosos por causa de corredores e já troquei de lugar com uma colega de trabalho para não ter a visão de um deles da minha mesa quando a porta ficasse aberta.

Mas já está ficando chato olhar para a cara de corretores e de proprietários de apartamento quando digo que não gosto de corredor...

É ridículo, eu sei. Mas eu sou assim. Não sou daquelas que acordam lindas e que passam rímel antes de escovar os dentes. Esse é meu lado "podre", que tem muitas outras coisas, mas deixa para outra vez.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Antes de qualquer coisa...

... preciso fazer uma faxina nesse blog. Ele anda meio empoeirado, esquecido num canto, como aquele bichinho de pelúcia de nossa infância, que a gente só lembra naqueles momentos em que precisa de um ombro amigo. Agora eu quero que seja diferente. Eu quero mesmo que seja diferente!

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Noite insone


(Tamara de Lempicka)

Desde que somos um casal, nunca fui dormir sem você. Não abro mão desse gesto, mesmo que signifique passar a noite em claro sentada numa cadeira desconfortável só para que você não me veja dormindo quando voltar de sua festa.

A cara aborrecida é a minha maneira de dizer que te amo.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Lua cheia


(Gustav Klimt - "Danae")

Havia sido uma noite e tanto. Era madrugada e eu estava concentrada em meu hobby, observá-la dormindo. A penumbra do quarto tornavam ainda mais misteriosos alguns contornos de seu corpo, mas as mãos unidas sob o rosto davam um ar angelical. Quando lembro dessa cena, vejo de maneira diferente: dentro do anjo, às vezes desperta o demônio.

Por mais que tenha sido cruel comigo, não posso negar que aquela noite foi mágica. Assim que chegamos, quando apertei o interruptor para ligar a lâmpada da sala, faltou luz. Isso poderia ter estragado a noite, porque ficava difícil preparar a macarronada cujos ingredientes tínhamos acabado de comprar. Mas era noite de lua cheia.

Ela foi até a varanda para constatar que o apagão foi geral - pelo menos à beira mar - e me chamou. Era noite de verão, sem nuvens, e parecia que o céu estava bem perto de nós. Eu não sabia que existiam tantas estrelas assim. Aproximei-me e senti o cheiro quente de canela que tinha seu perfume. Protegidas pela penumbra, seu olhar penetrou no meu e o beijo veio com naturalidade, como se não fosse o primeiro.


Seu corpo quase não tocava no meu, mas o toque suave dos seus dedos em minha nuca me provocavam arrepios. Seus cabelos eram água que se desfazia entre minhas mãos. Aquele beijo, que aconteceu em poucos segundos durou uma eternidade, porque não foi um contato mais que físico.

Tudo acontecia em clima de tranquilidade. Houve tempo para cada uma tomar banho e preparar uma tábua de frios, já que ficava difícil fazer uma macarronada sem luz. Música do celular com volume baixinho, garrafa de vinho aberta e nós duas sentadas no tapete felpudo que eu trouxe para a varanda.

Ela se aproximou e me beijou novamente. Dessa vez seu toque foi mais incisivo. Enquanto sua língua procurava a minha, fazia a alça do meu vestido deslizar com uma das mãos. Puxei seu corpo contra o meu, encaixando um de meus seios entre os dela.

Segundos depois estávamos nuas. Mas não havia urgência ou pressa. Ela deitou e eu fiquei por cima, e na minha coxa, presa entre as suas, eu sentia sua umidade, que aumentou quando encostei minha língua no lóbulo de sua orelha. Seus seios pequenos cabiam inteiros na minha boca.

Contornei os pelos de sua virilha com a língua para liberar mais o seu cheiro antes de encontrar um clitoris entumescido. A carne macia e molhada parecia se dissolver em minha boca. Dali, eu sentia seu corpo inteiro pulsar. Dava mordidinhas e leves arranhões em suas coxas. Então ela puxou minha cabeça para um pouco mais abaixo e eu a penetrei com a língua. Alternava entre lambidas longas, de baixo para cima, com zigzag na direção contrária. Pela intensidade de seus gemidos, percebia seu orgasmo se aproximando.

A energia chegou e feriu nossos olhos. Mas apenas por alguns segundos. Desliguei o interruptor e novamente estávamos banhadas na penumbra da lua. Meu nariz estava impregnado com seu cheiro e não demorou muito até vir à minha língua do gosto adocicado do seu gozo.

Ela puxou meus quadris em direção à sua boca. Eu não podia esperar que ela soubesse, mas me sugou com muita volúpia. Perto  do orgasmo, decidi juntar nossas vulvas. Quando elas se colaram em um beijo molhado, nem pudemos contar quantas vezes gozamos juntas, até que exausta, ela caiu sobre meu corpo, o corpo molhado de suor. Apenas com a lua como testemunha.